Tinha, mas esqueci.

Eu estava saindo do metrô com o pensamento nas nuvens. Portas no automático, seguindo o fluxo, desviei de uma garotinha que segurava um daqueles bichinhos feitos de balões e fui pra escada rolante. A escada rolante do metrô São Joaquim é sempre a parte que me desperta porque o vento é capaz de fazer os desatentos saírem voando. Foi esse vento que me trouxe de volta.  Estava parada na escada rolante quando vi o balão da menina sair voando. Inclinei a cabeça pra olhar quando um vulto passou correndo, subindo dois degraus por vez, numa velocidade que fez meu cabelo voar (ainda mais). Lá de baixo a mãe gritava "Deixa moço, não precisa", mas o moço já tinha desaparecido.  Olhei para menina e paro alto da escada rolante. O moço tinha sumido, a escada continuava subindo devagar. Olhei de novo pra menina e de novo pro alto da escada, mas dessa vez, lá estava ele: o moço. Ele ofegante,  ergueu o balão como um troféu. Eu comemorei. Ele desceu e entregou o balão pra menina, ass