Criança tem imaginação fértil e quando se é criança qualquer coisa que se escuta atrás da porta, por mais simples que seja, pode virar uma grande história. Essa que eu vou contar não sei se aconteceu de verdade mas olha, na época eu acreditei (e muito).
Primeiro é preciso lembrar que quando criança a gente sempre ouve histórias que são mentira e muitas vezes a gente sabe que é mentira mas como todo mundo acredita você acaba acreditando. Um bom exemplo é a história do "nossa escola foi construída em cima de um cemitério de índios". Ouvi essa história uma vez na escola e acreditei meio não acreditando (porque aprendi que é melhor sempre acreditar mais ou menos nas coisas depois do meu episódio com a "loira do banheiro", mas isso fica pra outro post).
Aí acreditando meio não acreditando me lembro de ter contado para várias pessoas diferentes na época e inacreditavelmente todo mundo estudava numa escola que era cemitério de índio. Todo mundo acreditava no cemitério de índio.E todo mundo acreditava no homem do saco. E na loira do banheiro. E de repente numa época lá dos anos 90 todo mundo acreditava no Palhaço e a Bailarina da Kombi Branca.
Eu não sei de onde surgiu essa história, só sei que alguém ouviu a mãe de alguém contar que uma outra mãe de alguém viu na TV que uma mãe tinha dito que seus filhos sumiram e a polícia tava investigando uma quadrilha (que pra mim naquela época ainda era aquela dança da festa junina então demorei muito tempo pra tirar essa imagem mental da cabeça), que ROUBAVA CRIANÇAS PARA VENDER OS ORGÃOS.
"UMA QUADRILHA QUE ROUBA ORGÃOS?" - berrou Thamires.
Mentira, não lembro direito como foi a minha primeira reação mas provavelmente nesse momento eu estava pensando em como nunca mais na minha vida inteira eu participaria de uma festa junina novamente.
Aí depois soubemos que essa tal quadrilha tinha um jeito peculiar de atacar: em uma Kombi branca vinham um palhaço e uma bailarina que atraiam as crianças pra van e levavam embora.
UM PALHAÇO E UMA BAILARINA!
Eu amava palhaços e bailarinas. Ok não tanto as bailarinas. Era difícil gostar de bailarina enquanto soltava pipa, jogava bola e batia nos meninos, mas os palhaços eu curtia.
Foi um caos entre as crianças, estávamos em perigo!
Mas o tempo passou e eu já tinha praticamente esquecido dessa história até que um dia lá estava eu brincando na rua, coisa que eu praticamente nunca fazia porque minha rua era uma descida de paralelepípedos cheia de (2) crianças que me detestavam. Enfim, lá estava eu saltitando feito um periquito no alface quando de repente no final da rua....UMA KOMBI BRANCA.
Todas as crianças (3 crianças) que estavam brincando pararam sem saber o que fazer. Os brinquedos caíram, o vento levou o feno e não se ouvia nem uma mosca voando.
Um segundo e meio depois demos um berro de terror em uníssono e saímos correndo como se alguém estivesse tentando arrancar nossos orgãos.
Cada um foi pra sua casa e posso narrar a minha parte: saí correndo, entrei atrás da cortina atrás do sofá, fechei os olhos e fiquei esperando até que.... acho que dormi porque não lembro mais nada a partir daí (minha memória sempre foi admirável)
Não sei se foi verdade ou não essa história toda de Palhaço e Bailarina roubando orgãos de crianças, eu sei que até hoje quando vejo uma kombi branca uma parte dentro de mim corre pra cortina atrás do sofá.
É melhor sempre acreditar mais ou menos.
Ps. Obrigado Universo por não ter feito a quadrilha ser de festa junina garantindo assim meu divertimento em todos esses 22 meses de junho.
Primeiro é preciso lembrar que quando criança a gente sempre ouve histórias que são mentira e muitas vezes a gente sabe que é mentira mas como todo mundo acredita você acaba acreditando. Um bom exemplo é a história do "nossa escola foi construída em cima de um cemitério de índios". Ouvi essa história uma vez na escola e acreditei meio não acreditando (porque aprendi que é melhor sempre acreditar mais ou menos nas coisas depois do meu episódio com a "loira do banheiro", mas isso fica pra outro post).
Aí acreditando meio não acreditando me lembro de ter contado para várias pessoas diferentes na época e inacreditavelmente todo mundo estudava numa escola que era cemitério de índio. Todo mundo acreditava no cemitério de índio.E todo mundo acreditava no homem do saco. E na loira do banheiro. E de repente numa época lá dos anos 90 todo mundo acreditava no Palhaço e a Bailarina da Kombi Branca.
Eu não sei de onde surgiu essa história, só sei que alguém ouviu a mãe de alguém contar que uma outra mãe de alguém viu na TV que uma mãe tinha dito que seus filhos sumiram e a polícia tava investigando uma quadrilha (que pra mim naquela época ainda era aquela dança da festa junina então demorei muito tempo pra tirar essa imagem mental da cabeça), que ROUBAVA CRIANÇAS PARA VENDER OS ORGÃOS.
"UMA QUADRILHA QUE ROUBA ORGÃOS?" - berrou Thamires.
Mentira, não lembro direito como foi a minha primeira reação mas provavelmente nesse momento eu estava pensando em como nunca mais na minha vida inteira eu participaria de uma festa junina novamente.
Aí depois soubemos que essa tal quadrilha tinha um jeito peculiar de atacar: em uma Kombi branca vinham um palhaço e uma bailarina que atraiam as crianças pra van e levavam embora.
UM PALHAÇO E UMA BAILARINA!
Eu amava palhaços e bailarinas. Ok não tanto as bailarinas. Era difícil gostar de bailarina enquanto soltava pipa, jogava bola e batia nos meninos, mas os palhaços eu curtia.
Foi um caos entre as crianças, estávamos em perigo!
Mas o tempo passou e eu já tinha praticamente esquecido dessa história até que um dia lá estava eu brincando na rua, coisa que eu praticamente nunca fazia porque minha rua era uma descida de paralelepípedos cheia de (2) crianças que me detestavam. Enfim, lá estava eu saltitando feito um periquito no alface quando de repente no final da rua....UMA KOMBI BRANCA.
Todas as crianças (3 crianças) que estavam brincando pararam sem saber o que fazer. Os brinquedos caíram, o vento levou o feno e não se ouvia nem uma mosca voando.
Um segundo e meio depois demos um berro de terror em uníssono e saímos correndo como se alguém estivesse tentando arrancar nossos orgãos.
Cada um foi pra sua casa e posso narrar a minha parte: saí correndo, entrei atrás da cortina atrás do sofá, fechei os olhos e fiquei esperando até que.... acho que dormi porque não lembro mais nada a partir daí (minha memória sempre foi admirável)
Não sei se foi verdade ou não essa história toda de Palhaço e Bailarina roubando orgãos de crianças, eu sei que até hoje quando vejo uma kombi branca uma parte dentro de mim corre pra cortina atrás do sofá.
É melhor sempre acreditar mais ou menos.
Ps. Obrigado Universo por não ter feito a quadrilha ser de festa junina garantindo assim meu divertimento em todos esses 22 meses de junho.
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