Quando eu era pequena, via de regra brincava de ser adulta. Não me lembro nunca de em alguma brincadeira de criança ter me intitulado "a criança maravilha", "a super-criança" ou "a criança desbravadora que sobreviveu à uma floresta cheia de monstros assustadores". Nunca. Eu era a mulher maravilha, a super mulher, a mulher desbravadora. Se possível gostava de acrescentar o título de "a primeira" antes das conquistas, porque havia em mim um quê de coragem de ser a primeira das coisas.
Coragem. Taí um tema que me perseguiu quando eu entrei na adolescência. É só olhar pra minha estante. Se fosse para separar meus livros em temas, caberiam todos nessa categoria. Eu sempre fui fã de gente corajosa. Que arrisca, que vai contra, que dá um passo adiante e paga para ver. A coragem sempre me perseguiu, mesmo quando lentamente me afastei dela.
Com o tempo fiquei menos corajosa (ou mais preocupada) e deixei de ser a garota destemida para me tornar alguém cautelosa, até demais às vezes.
Com o tempo fiquei menos corajosa (ou mais preocupada) e deixei de ser a garota destemida para me tornar alguém cautelosa, até demais às vezes.
Quando me comparo com as pessoas que admirei e os gestos de coragem que eu vi, me sinto fraca. Vergonhosamente fraca.
E esse é o problema.
Não dá para comparar. A coragem, apesar de parecer uma coisa genérica e universal, não é. É uma decisão pessoal e intransferível.
A coragem depende de você e das suas batalhas, do seu momento e das suas escolhas.
É preciso se conhecer para ter coragem. Se ouvir. Entender quem se é e o que te move.
Não dá para comparar. A coragem, apesar de parecer uma coisa genérica e universal, não é. É uma decisão pessoal e intransferível.
A coragem depende de você e das suas batalhas, do seu momento e das suas escolhas.
É preciso se conhecer para ter coragem. Se ouvir. Entender quem se é e o que te move.
Acabei de ensinar a uma personagem criança (uma levemente inspirada numa pequena garota que desbravava florestas e lutava contra monstros terríveis), algumas lições sobre coragem.
A primeira delas é reconhecer quando se tem medo. A segunda é buscar saber reconhecer nas coisas da vida o apoio para enfrentá-los. A terceira é criar laços e valorizá-los. A quarta, e talvez a mais importante, é ouvir seu coração. E segui-lo, mesmo que pareça uma loucura.
A primeira delas é reconhecer quando se tem medo. A segunda é buscar saber reconhecer nas coisas da vida o apoio para enfrentá-los. A terceira é criar laços e valorizá-los. A quarta, e talvez a mais importante, é ouvir seu coração. E segui-lo, mesmo que pareça uma loucura.
Não se renda ao medo, mas saiba reconhecê-lo. Seja verdadeiro consigo mesmo. Ouça o que você sente. Descubra o que tem valor, de verdade, para você e o que te faz ser quem você é.
Às vezes a coragem é também assumir que nem sempre o que parece melhor, é de fato o melhor para você.
E lidar com isso.
Às vezes a coragem é também assumir que nem sempre o que parece melhor, é de fato o melhor para você.
E lidar com isso.
É no mínimo irônico que eu, que acabei de ensinar isso tudo para um personagem, tenha precisado ouvir dos outros - meus laços queridos que me rodeiam - o que eu mesma já sabia esse tempo todo.
No fim das contas, acho que eu devia ler mais o que escrevo.
"Say, what you want to say
ResponderExcluirAnd let the words fall out
Honestly
I want to see you be brave
With what you want to say
And let the words fall out
Honestly
I want to see you be brave"
;)
Nunca fez tanto sentido.
Excluir=)