Quer me deixar irritada é no meio de uma conversa soltar um "quem não chora não mama".
Quem não chora não mama. QUEM NÃO CHORA, NÃO MAMA.
Percebem o que tem de errado?
Nem eu.
Só sei que cada vez que essas palavras são pronunciadas em conjunto alguma parte de mim tem vontade de arremessar um tijolo na cara da pessoa que pronuncia. Talvez seja porque essa expressão me lembra pechincha (coisa que eu só não gosto porque não tenho a mínima habilidade pra fazer) ou porque depois da expressão sempre vem aquele sorriso de "sou muito sedutor e joguei a minha lábia fazendo me darem uma coisa que não estava combinada *piscadela*".
Nesse hall de expressões que eu detesto tem também aquelas com variações sobre macaco: cada macaco no seu galho, macaco velho não coloca a mão na cumbuca, macaco só olha pro rabo dos outros, vai pentear macaco, ter macacos no sótão etc.
Não entendo qual é a predileção pelo bicho, mas o real motivo do meu desgosto é porque ouvi durante muitos anos minha mãe me dar bronca dizendo que macaco só olhava pro rabo dos outros quando eu falava alguma coisa de alguém.
Eu não entendia muito o sentido da mensagem, levava no sentido literal da coisa, e procurei todas as vezes que fui no zoológico um macaco que estivesse olhando o rabo o outro.
Não encontrei.
Mas nem todas as expressões são ruins tem umas que eu realmente adoro. Talvez adore porque a maioria delas sejam ditas por uma das pessoas que eu mais amo no mundo, minha vó.
Minha vózinha, que é nordestina, trouxe na bagagem uma série de conhecimentos indecifráveis com metáforas naturais dos quais eu sempre pego a primeira e a última palavra formando, por exemplo, "periquito da folha de bananeira faz fogo", que obviamente não diz nada.
Ela tem a capacidade sobrenatural de conseguir encaixar esses tipos de expressões em quase todas as situações, e eu, o poder sobrenatural de raramente entender sem um tradutor (normalmente minha mãe ou meu pai).
Não pense que é minha culpa, pra exemplificar segue a história da minha expressão preferida dela:
Meu vô acusa minha vó de fofoqueira quando na verdade ele que chegou fazendo fococa.
Vó: Priquituroajangádalevafama.
Mãe: hahaha
Pai: hahaha
Eu: ?
Todos entendem e continuam a conversa.
Fiquei quieta tentando juntar na cabeça os pedaços que consegui entender:
Priquitu (que no dicionário da Celuz, minha vó, significa periquito) voa jangada leva a fama.
Pra mim não fazia sentido uma jangada levar a fama porque o periquito voa, aliás não fazia sentido nem ter os dois na mesma frase.
O que realmente era e que eu descobri só depois quando repeti em voz alta e todos riram de mim:
"Periquito roa e jangaia leva a fama."
Enfim, resumindo a história:
Eu: vó, você quis dizer periquito roa e jangaia leva a fama?
Vó: oxente, FOI o que eu disse.
Quem não chora não mama. QUEM NÃO CHORA, NÃO MAMA.
Percebem o que tem de errado?
Nem eu.
Só sei que cada vez que essas palavras são pronunciadas em conjunto alguma parte de mim tem vontade de arremessar um tijolo na cara da pessoa que pronuncia. Talvez seja porque essa expressão me lembra pechincha (coisa que eu só não gosto porque não tenho a mínima habilidade pra fazer) ou porque depois da expressão sempre vem aquele sorriso de "sou muito sedutor e joguei a minha lábia fazendo me darem uma coisa que não estava combinada *piscadela*".
Nesse hall de expressões que eu detesto tem também aquelas com variações sobre macaco: cada macaco no seu galho, macaco velho não coloca a mão na cumbuca, macaco só olha pro rabo dos outros, vai pentear macaco, ter macacos no sótão etc.
Não entendo qual é a predileção pelo bicho, mas o real motivo do meu desgosto é porque ouvi durante muitos anos minha mãe me dar bronca dizendo que macaco só olhava pro rabo dos outros quando eu falava alguma coisa de alguém.
Eu não entendia muito o sentido da mensagem, levava no sentido literal da coisa, e procurei todas as vezes que fui no zoológico um macaco que estivesse olhando o rabo o outro.
Não encontrei.
Mas nem todas as expressões são ruins tem umas que eu realmente adoro. Talvez adore porque a maioria delas sejam ditas por uma das pessoas que eu mais amo no mundo, minha vó.
Minha vózinha, que é nordestina, trouxe na bagagem uma série de conhecimentos indecifráveis com metáforas naturais dos quais eu sempre pego a primeira e a última palavra formando, por exemplo, "periquito da folha de bananeira faz fogo", que obviamente não diz nada.
Ela tem a capacidade sobrenatural de conseguir encaixar esses tipos de expressões em quase todas as situações, e eu, o poder sobrenatural de raramente entender sem um tradutor (normalmente minha mãe ou meu pai).
Não pense que é minha culpa, pra exemplificar segue a história da minha expressão preferida dela:
Meu vô acusa minha vó de fofoqueira quando na verdade ele que chegou fazendo fococa.
Vó: Priquituroajangádalevafama.
Mãe: hahaha
Pai: hahaha
Eu: ?
Todos entendem e continuam a conversa.
Fiquei quieta tentando juntar na cabeça os pedaços que consegui entender:
Priquitu (que no dicionário da Celuz, minha vó, significa periquito) voa jangada leva a fama.
Pra mim não fazia sentido uma jangada levar a fama porque o periquito voa, aliás não fazia sentido nem ter os dois na mesma frase.
O que realmente era e que eu descobri só depois quando repeti em voz alta e todos riram de mim:
"Periquito roa e jangaia leva a fama."
Enfim, resumindo a história:
Eu: vó, você quis dizer periquito roa e jangaia leva a fama?
Vó: oxente, FOI o que eu disse.
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