Ele estava brincando sozinho. Tinha a pele tão clara que quando o sol batia refletia em quem estivesse perto. Se não fosse pelo cabelo vermelho, daria pra dizer que era um ponto de luz ali, abaixado.
Em volta os outros meninos gritavam e corriam, e ele continuava lá, com um cabo de vassoura e algumas caixas de papelão.
Em volta os outros meninos gritavam e corriam, e ele continuava lá, com um cabo de vassoura e algumas caixas de papelão.
De repente algo tirou sua concentração, os meninos que gritavam e corriam agora gritavam e corriam em volta dele.
As palavras eram "Fogo, foguinho, fogão" e "olha ali o cabesssssa de fogo", berrava um de língua presa. Por um tempo o menino não percebeu que a movimentação toda era com ele, só foi perceber quando o maior deles derrubou a última torre do seu castelo de papelão.
Aí o menino entendeu: era hora de ser herói.
As palavras eram "Fogo, foguinho, fogão" e "olha ali o cabesssssa de fogo", berrava um de língua presa. Por um tempo o menino não percebeu que a movimentação toda era com ele, só foi perceber quando o maior deles derrubou a última torre do seu castelo de papelão.
Aí o menino entendeu: era hora de ser herói.
Ele se levantou - os meninos gritavam - pegou o cabo de vassoura - e os meninos gritavam.
Foi aí que o menino colocou o cabo de vassoura na cabeça e como se acendesse uma tocha gritou:
"CAVALEIRO DE FOGOOOO!"
E correu.
E os meninos correram todos, até cansar.
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