Quando eu mudei pra São Paulo (pouco mais de um ano atrás) meu prédio era um lugar legal. Meio velho, precisando de uma coisinha aqui outra ali, mas era legal. Porém, devo confessar a vocês que a coisa mudou levemente de figura. Isso porque no meu andar, por exemplo, logo que você sai do elevador dá de cara com um apartamento abandonado: tudo escuro, um vidro com um buraco e a maçaneta quebrada. Eu acharia legal se visse essa descrição em um filme de terror, um livro, uma história de um amigo, mas no meu andar - especialmente a noite - não é o meu cenário favorito.
Sem contar que o que antes era uma parede que precisava de um pouquinho de pintura agora se tornou uma parede que precisa DESESPERADAMENTE DE PINTURA, por um motivo simples: pés de criança.
Seu filho provavelmente brinca na rua né? Na escola, no parque, na casa da vó.
Sabe o que as crianças do meu prédio fazem?
Isso mesmo, Le Parkour!
Mas enfim, isso foi só uma prévia, vamos ao real motivo deste post intitulado de:
A Raiva do Síndico ou Por Que a Kimmy-Jiin Pode e Eu Não Posso?
Tudo começou quando eu mudei e precisava de internet. Chamamos o moço da internet que foi lá com todos os seus apetrechos e somente quando foi começar a instalar viu que o apartamento não possuía uma (inserir o termo técnico) caixinha pra puxar o (inserir o termo técnico) treco que precisava pra coisa funcionar.
"Mas é só puxar ali do corredor, dá pra colocar por fora do batente da porta até resolver". Simples, né? É simples pra mim, é simples pra você, é simples para todo o Universo menos para uma pessoa: o síndico.
Eu adoraria dizer pra você que meu síndico foge do esteriótipo de síndico, mas estaria mentindo. Ele é a personificação daquele esteriótipo de síndico que todo mundo odeia adicionando mais uma característica horrível: ser o do meu prédio.
A criatura divina não deixou a gente passar o fio por fora porque ia atrapalhar a ESTÉTICA DO CONDOMÍNIO.
Um. Fio.
UM. FIO.
Mas ok, havíamos acabado de mudar, pra que arranjar briga né? Ficamos um bom tempo sem internet até que a dona do apartamento autorizasse a obra, a imobiliária entrasse em contato com alguém, o alguém viesse e acertasse tudo. Fizemos a DROGA DA OBRA.
Nesse meio tempo, tivemos milhões de outras pequenas brigas com o síndico (que até agora não foram resolvidas, diga-se de passagem) mas não vou entrar neste assunto agora porque já estou batendo forte demais nas teclas do meu computador.
Daí que um belo dia estamos chegando em casa (Bel e Eu, provavelmente não juntas mas as duas eventualmente chegaram em casa e) nos deparamos com o apartamento do lado, onde mora a Kimmy-Jiin neste estado:
Eu chegando no apartamento da Kimmy-Jiin |
Antes de prosseguir vale a pena contextualizar quem é Kimmy-Jiin.
A Kimmy para os íntimos (o que não é o meu caso) é a nossa vizinha do lado. Nossa amizade começou logo que eu mudei e com os meus pais fui levar minhas coisas pro meu apartamento. A porta do apartamento dela estava aberta e nós família-feliz demos um belíssimo sorriso enquanto passamos. Em resposta, ela fechou a porta na nossa cara.
Nossa segunda interação foi quando pegamos o elevador juntas e ao sair segurei a porta pra ela.
Ela não saiu. Depois de ficar em silêncio um pouco soltei a porta e fui pro meu apartamento.
ELA ESPEROU EU ENTRAR E SAIU PRA IR PRO APARTAMENTO DELA.
QUE FICA DO LADO DO MEU.
Eu não soube lidar muito bem com essa rejeição, então por conta de sua simpatia ela foi graciosamente apelidada de Kimmy-Jiin, em homenagem a roomate da Beca em Pitch Perfect.
Se você não viu, veja pra entender, mas deixo uma prévia.
- Ela é japonesa
- Ela tem uma cadeira de dentista no meio da sala.
- Ela me odeia.
Bom continuando, a casa da Kimmy estava passando por uma "pequena reforma". Pequena no sentido de: parecia que o vizinho do outro lado do corredor tinha apontado o canhão pro apartamento dela e atirado. Juro.
Até aí, ok. Tudo bem. Porém a reforma começou lá por outubro ou novembro do ano passado e sabe como o apartamento está agora em JANEIRO de 2015?
Feliz Ano Novo.
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