Mediocre. De estar na média mesmo, nem acima nem abaixo, só ali no meio. Esse é o meu lugar.
Se fosse uma profissão eu poderia me considerar excepcionalmente boa no cargo de estar na média.
Toco violão? Sim. Bem? Na média. Sei ler cifra mas não toco Caetano, nem dedilhados, nem acordes que peguem quatro casas.
Canto? Sim. Sei o que estou fazendo enquanto canto? Nem um pouquinho.
Sei de história mas não o suficiente, me confundo nas datas e nos nomes. Arte? Amo, mas pede pra eu te falar o período, o contexto, o pretexto. Nada.
Mitologia? Sei a história mas nunca lembro de quem é. Peças de teatro, se não for da Broadway faço uma vaga ideia apenas. Não, não me peça pra declarar nada, don't rain on my parade!
Política. Chego no passo 1. Avança pro dois pra ver se te sigo (não).
Livros? Pulei os clássicos. Filmes? Não sei quem dirigiu nada. Inglês? Leio mas não escrevo, entendo mas não falo. Francês? Merci beaucoup e adeus no Passé Composé.
Não entendo de quilômetros, litros, distâncias, pesos e nem me fale sobre semanas de gestação.
Poesia é outra coisa, leio com paixão mas não sei dividir sílaba poética sem colar de algum lugar. Por gentileza vamos pular a gramática, distribuo minhas vírgulas como quem salpica sal na comida (onde por sinal acerto só na metade das vezes, e olhe lá).
Me salvei nos meio certos, ainda bem que levaram em conta.
Mas o esforço existe viu? Fico aqui entre os experts e os sabe-de-nada, querendo chegar mais perto de um mas sendo naturalmente mais parte do outro.
A curiosidade existe também, o que atrapalha é a memória. Não dá pra lembrar de nada, tô sempre estudando outra coisa. E depois outra e outra e outra.
O lado ruim é que fica um prato raso, o lado bom é que tá sempre cheio.
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