Eles desceram do ônibus ao mesmo tempo e ela achou que era o destino.
Já imaginou a vida toda.
Já imaginara a vida toda várias vezes e perdera a conta dos amores destinados.
Braços que se esbarraram sem querer, guarda-chuvas compartilhados, encontros aleatórios.
Vivia fingindo não esperar - disseram que o amor chega quando menos se espera - e olhava atentamente ao redor. O amor pode estar do seu lado.
Traçou todas as rotas possíveis, fantasiou todos os finais de tarde, carros quebrados na chuva, ciladas que acabariam em risos.
Viu sempre amor onde nem sempre havia. Forçou sempre um sorriso que ninguém retribuiu.
Ficou - muitas vezes - quando deveria ter ido embora. Insistiu. Esperou.
Sentia sempre um vazio que não se enchia nunca.
Mas naquele dia eles desceram do ônibus ao mesmo tempo e ninguém desce assim, na mesma hora, se não for por destino.
Lembrou de ter visto os olhos verdes dele antes do "você primeiro". É assim que nos filmes começam as histórias de amor.
Acontece que ele atravessou a rua.
Sem nem olhar para trás. Mais duas pessoas desceram juntas do ônibus. Então pessoas descem, sim, na mesma hora?
E então tudo ficou estúpido. Como uma besteira vivida há anos. Uma história embaraçosa que você torce para ninguém contar sobre você no Natal.
"Lembra quando ela acreditava que todo mundo ia se apaixonar por ela?".
Não, esse tempo acabou. Chega. Podem subir os créditos.
E caminhou uma quadra a mais para dar tempo das lágrimas secarem antes de chegar na porcaria do prédio.
Precisaria de muito para perceberem que havia chorado. Que havia desistido dessa palhaçada que tinha passado a vida toda esperando. Que havia se transformado em uma pessoa novinha em folha, livre, sem fantasias e corações partidos.
Mas aí entrou no elevador e ele entrou logo atrás. Olhando para o chão, nem tinha reparado.
Acontece que ela apertou o 6.
E ele também.
Na mesma hora.
Ele pediu desculpa sorrindo.
Será que seria assim o sorriso dele aos sábados de manhã quando ela levasse seu café na cama?
Já imaginou a vida toda.
Já imaginara a vida toda várias vezes e perdera a conta dos amores destinados.
Braços que se esbarraram sem querer, guarda-chuvas compartilhados, encontros aleatórios.
Vivia fingindo não esperar - disseram que o amor chega quando menos se espera - e olhava atentamente ao redor. O amor pode estar do seu lado.
Traçou todas as rotas possíveis, fantasiou todos os finais de tarde, carros quebrados na chuva, ciladas que acabariam em risos.
Viu sempre amor onde nem sempre havia. Forçou sempre um sorriso que ninguém retribuiu.
Ficou - muitas vezes - quando deveria ter ido embora. Insistiu. Esperou.
Sentia sempre um vazio que não se enchia nunca.
Mas naquele dia eles desceram do ônibus ao mesmo tempo e ninguém desce assim, na mesma hora, se não for por destino.
Lembrou de ter visto os olhos verdes dele antes do "você primeiro". É assim que nos filmes começam as histórias de amor.
Acontece que ele atravessou a rua.
Sem nem olhar para trás. Mais duas pessoas desceram juntas do ônibus. Então pessoas descem, sim, na mesma hora?
E então tudo ficou estúpido. Como uma besteira vivida há anos. Uma história embaraçosa que você torce para ninguém contar sobre você no Natal.
"Lembra quando ela acreditava que todo mundo ia se apaixonar por ela?".
Não, esse tempo acabou. Chega. Podem subir os créditos.
E caminhou uma quadra a mais para dar tempo das lágrimas secarem antes de chegar na porcaria do prédio.
Precisaria de muito para perceberem que havia chorado. Que havia desistido dessa palhaçada que tinha passado a vida toda esperando. Que havia se transformado em uma pessoa novinha em folha, livre, sem fantasias e corações partidos.
Mas aí entrou no elevador e ele entrou logo atrás. Olhando para o chão, nem tinha reparado.
Acontece que ela apertou o 6.
E ele também.
Na mesma hora.
Ele pediu desculpa sorrindo.
Será que seria assim o sorriso dele aos sábados de manhã quando ela levasse seu café na cama?
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