Pular para o conteúdo principal

Game on - parte 2

Continuando a saga.

Quando você finaliza o nível 1 com um número aceitável de paciência você já pode se considerar um bom jogador. Mas não se iluda, ainda há um novo nível pela frente.

Nivel 2

O nível 2 é basicamente o caminho inverso do nível 1, você vai voltar todo seu caminho até a casa.
Porém, no nível 2 o grau de dificuldade aumenta infinitamente em dois momentos:

1) Você precisar conseguir entrar VIVO no trem que vai da Luz para Guaianazes.
Quando a porta abre uma avalanche de gente passa por cima de tudo que houver pela frente, sem distinção, bolsas, mochilas, seres humanos, etc. O desafio é entrar sem nenhuma contusão grave.

2) Uma vez dentro, agora o desafio mortal é SAIR VIVO (e com todos os seus pertences) do trem que chega no Brás.
 Esse é o teste. É o final do jogo, é a sobrevivência.
Quando o trem chega na estação do Brás é como se o mundo entrasse em slow motion. A porta se abre e na plataforma há um mar de gente. Dentro do trem há outro mar de gente, porém infelizmente o mar de gente da plataforma não espera o mar de gente do trem sair pra que eles entrem e é aí que começa a guerra. Eu não me surpreenderia se alguém gritasse lá no meio "THIS IS SPARTAAAAAA".

Você tenta sair mas não consegue! ou porque a pessoa da sua frente não conseguiu, ou porque a pessoa que tá na plataforma tem como objetivo de vida não te deixar sair. 
É como no futebol americano, as pessoas vão correndo e te empurrando pra dentro. Nesse empurra-empurra você perde sapato, bolsa, carteira e é obrigado a voltar pro trem pra buscar seus pertences e aí começar tudo de novo pra tentar sair.

Eu normalmente consigo passar, mas não sem algumas marcas roxas e canelas arranhadas. Sim, eu disse CANELA porque de alguma forma ainda não explicada pela ciência do transporte público as pessoas conseguem pisar na sua canela.

De qualquer modo, quando você consegue passar por isso e ainda tem pelo menos uma paciência, parabéns, você venceu.



Ah, o que acontece quando você zera o nível de paciência?



Game Over

Comentários

  1. Sinceramente, isso não é vida real, é video game mesmo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

SOBRE: LILIANE PRATA

Fazia algum tempo que eu não postava aqui mas hoje aconteceu uma coisa tão legal que a primeira coisa que eu pensei em fazer foi correr pra cá. Todo mundo sabe que eu sou a escolhida do Universo pra ser sacaneada (se você não sabe, leia a maior prova disso com o incidente da calça  e sinta-se a vontade para rir da minha cara). Mas às vezes o Universo faz coisas incríveis por mim, o texto é longo mas vale a pena, prometo. Hoje quando saí do curso que estou fazendo lá na Paulista resolvi passar na Livraria Cultura (sim, o lugar onde a minha experiência com o mago místico aconteceu). Lá tava rolando o "Vira Cultura", uma série de eventos simultâneos sobre as mais diversas coisas, a livraria estava tava lotada. Foi no meio dessa multidão que virei pro meu fiel escudeiro e disse: - Nossa aqui nessa virada vai ter uma mesa de debate com uma escritora que eu gosto muito, é a Lili Prata (CONGELA) PAUSA PARA CONTEXTUALIZAR: Se você me conhece já me ouviu falar dela, a

CORAGEM E ESCOLHAS

Quando eu era pequena, via de regra brincava de ser adulta. Não me lembro nunca de em alguma brincadeira de criança ter me intitulado "a criança maravilha", "a super-criança" ou "a criança desbravadora que sobreviveu à uma floresta cheia de monstros assustadores". Nunca. Eu era a mulher maravilha, a super mulher, a mulher desbravadora. Se possível gostava de acrescentar o título de "a primeira" antes das conquistas, porque havia em mim um quê de coragem de ser a primeira das coisas. Coragem. Taí um tema que me perseguiu quando eu entrei na adolescência. É só olhar pra minha estante. Se fosse para separar meus livros em temas, caberiam todos nessa categoria. Eu sempre fui fã de gente corajosa. Que arrisca, que vai contra, que dá um passo adiante e paga para ver. A coragem sempre me perseguiu, mesmo quando lentamente me afastei dela. Com o tempo fiquei menos corajosa (ou mais preocupada) e deixei de ser a garota destemida para me tornar algu

Mercado Financeiro, nos trilhos.

Vou falar muito aqui sobre o transporte público. Não tem como não falar, o transporte público é a minha segunda casa, logo depois do trabalho que é a primeira. E o tema de hoje é: comércio. Se você já andou de trem aqui em São Paulo vai saber do que eu tô falando. O trem é um lugar onde você realmente pode encontrar de tudo. TUDO. É quase um ecossistema, uma sociedade alternativa, um universo paralelo. Lá você tem música ao vivo, seja com repentistas seja com duplas Jandon e Janverson em início de carreira. Todo tipo de distração à venda: palavras cruzadas, caça-palavras, quebra-cabeça, livro de tabuada, receita de bolo, revistas de fofoca, enciclopédia (caso sua conexão de internet seja ruim, taí a maneira old school de estudar) entre outras coisas. Deu fome? Não se preocupe: salgadinhos, coxinhas, torradas, bolo de fubá e lanches naturais vão aparecer na próxima estação. Caso queira apenas uma guloseima pode escolher entre balas, chicletes, gomas, jujubas e chocolates. Sede? Café, ch