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SOBRE: A ESPERA EM UM BAR

Começa com o taxista ouvindo Roberto Carlos, um desses clichês maravilhosos da nossa terra. Daí passa pro boteco em que o garçom é chamado pelo nome e chama todas as senhoras de meia idade com a intimidade de longa data "tá cansada Marcinha?", "já descansei, pode trazer, Seu Ferreira". O chopp nesse caso, um código dos dois.
Parece um ator esse Seu Ferreira, mas eu não lembro o nome.
As senhoras amigas da Marcinha estão num encontro de rotina, dá pra ver pela conversa segregada e pra ouvir pelo teor da conversa jogada fora entre um cigarro e outro.
"Tá na minha hora que amanhã é dia de branco", "Eu não digo mais isso, falo dia de branco e de preto, não quero que pensem que sou racista". Uma se despede, depois outra e outra. Com direito a beijo no Ferreirinha. Dois, porque estamos no Rio.

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SOBRE: LILIANE PRATA

Fazia algum tempo que eu não postava aqui mas hoje aconteceu uma coisa tão legal que a primeira coisa que eu pensei em fazer foi correr pra cá. Todo mundo sabe que eu sou a escolhida do Universo pra ser sacaneada (se você não sabe, leia a maior prova disso com o incidente da calça  e sinta-se a vontade para rir da minha cara). Mas às vezes o Universo faz coisas incríveis por mim, o texto é longo mas vale a pena, prometo. Hoje quando saí do curso que estou fazendo lá na Paulista resolvi passar na Livraria Cultura (sim, o lugar onde a minha experiência com o mago místico aconteceu). Lá tava rolando o "Vira Cultura", uma série de eventos simultâneos sobre as mais diversas coisas, a livraria estava tava lotada. Foi no meio dessa multidão que virei pro meu fiel escudeiro e disse: - Nossa aqui nessa virada vai ter uma mesa de debate com uma escritora que eu gosto muito, é a Lili Prata (CONGELA) PAUSA PARA CONTEXTUALIZAR: Se você me conhece já me ouviu falar dela, a

CORAGEM E ESCOLHAS

Quando eu era pequena, via de regra brincava de ser adulta. Não me lembro nunca de em alguma brincadeira de criança ter me intitulado "a criança maravilha", "a super-criança" ou "a criança desbravadora que sobreviveu à uma floresta cheia de monstros assustadores". Nunca. Eu era a mulher maravilha, a super mulher, a mulher desbravadora. Se possível gostava de acrescentar o título de "a primeira" antes das conquistas, porque havia em mim um quê de coragem de ser a primeira das coisas. Coragem. Taí um tema que me perseguiu quando eu entrei na adolescência. É só olhar pra minha estante. Se fosse para separar meus livros em temas, caberiam todos nessa categoria. Eu sempre fui fã de gente corajosa. Que arrisca, que vai contra, que dá um passo adiante e paga para ver. A coragem sempre me perseguiu, mesmo quando lentamente me afastei dela. Com o tempo fiquei menos corajosa (ou mais preocupada) e deixei de ser a garota destemida para me tornar algu

Mercado Financeiro, nos trilhos.

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